Para evitar amputação, homem fica com mão dentro da barriga
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- 2 de abr. de 2016
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“No caso da mão, é uma lesão muito grande e delicada. O único lugar que caberia a mão inteira é no abdômen”, explicou o médico
Divulgação / Fundação Hospitalar Santa Otília
BRASIL SANTA CATARINAHÁ 8 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
O auxiliar de produção Carlos Mariotti, de 42 anos, chegou ao hospital na noite de terça-feira (29) após ter sofrido um acidente em uma máquina de trabalho em Orleans, no Sul catarinense e pensava que teria que amputar o membro.
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No entanto, conta o G1 que, ao acordar da cirurgia, Carlos ficou sabendo que havia ficado com a mão inserida em seu abdômen. “O médico disse: tua mão vai ficar dentro do 'bolso'”, conta o auxiliar de produção.
Carlos ainda está hospitalizado. “Ele sofreu uma lesão que é chamada de desenluvamento”, explica o médico ortopedista e traumatologista, Bóris Bento Brandão, que fez a cirurgia para colocar a mão de Mariotti no abdômen. O acidente removeu a pele, mas ossos e tensões foram preservados.
“É uma cirurgia clássica, mas pouca gente faz porque é uma situação especial, é um procedimento de salvação para evitar necrose, quando não há mais nada a fazer”, diz Brandão.
O procedimento de salvação de mão foi realizado pela primeira vez na Fundação Hospitalar Santa Otília, único hospital de Orleans. A cirurgia, realizada através do Sistema Único de Saúde (Sus), durou duas horas e o paciente recebeu anestesia no braço e no abdômen.
Mão "no bolso" durante 42 dias
“No caso da mão, é uma lesão muito grande e delicada. O único lugar que caberia a mão inteira é no abdômen”, conta o médico.
O G1 refere que, segundo o especialista, a mão de Mariotti deve ficar por aproximadamente 42 dias “dentro do bolso” para garantir o desenvolvimento de um novo tecido capaz de receber enxerto de pele.
Carlos será acompanhado por médicos durante as seis semanas. A publicação conta que o paciente já consegue fazer alguns movimentos, que podem ser percebidos por baixo do abdômen. “Isso salva a viabilidade do membro. É como se fosse um bolso. Ele é estimulado a fazer movimentos suaves, para evitar a rigidez da mão”, explica o médico.
“Tenho que cuidar ao máximo para não tirar a mão do ‘bolso’. Se eu quiser puxar, eu puxo, mas ele [médico] colocou na minha cabeça que não posso, e estou cuidando”, explica Carlos, que comemora o fato de conseguir mexer os dedos dentro do corpo.
“Perdi dois dedos, sei que não vai ficar a mesma coisa, mas vou poder vestir uma camiseta, segurar um talher. Se fosse no passado, teriam amputado. Saber que eu ia perdendo a mão e não vou perder mais...Até agora me emociono”, diz Carlos.
O auxiliar de produção deve receber alta nos próximos dias.
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