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Câncer na gravidez: é possível manter o bebê a salvo?

  • http://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/22235
  • 10 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Entenda o que pode ou não ser feito quando se tem o diagnóstico da doença durante a gestação

DR

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A boa notícia chega: o teste de gravidez aponta positivo. Na sequência, é diagnosticado um câncer. O que fazer? Se já é comum surgirem inúmeras dúvidas quando se constata a doença, diante desse quadro contraditório, a mulher pode se sentir com ainda mais medo e insegurança. “Hoje, nem toda grávida precisa interromper a gestação para continuar o tratamento, existem manobras e etapas que devem ou não ser feitas durante o período para preservar a vida da criança e da mãe”, afirma Leonardo Chamon, do Radiocare Centro de Radioterapia do Hospital Felício Rocho.

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Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente em 2016, serão 300.870 mulheres diagnosticadas com câncer. Apesar de não serem boas, estudos que contribuem para a luta contra a patologia também têm crescido e melhorado a eficácia do processo de cura. “Cada caso deve ser analisado individualmente, mas são sempre considerados dois aspectos, tempo de gestação e grau do tumor, para se definir como proceder em relação ao tratamento”, explica o especialista.

Ele acrescenta que localização e dimensão também influenciam diretamente no tipo de tratamento que a paciente deverá se submeter para evitar abortos, nascimentos prematuros e más formações do bebê. Além disso, os três primeiros meses da gestação exigem cautela, uma vez que corresponde à fase mais delicada para o feto. “Nesse período, existem riscos para a criança e, quimioterapia, por exemplo, não é recomendada”.

Segundo Leonardo, em grande parte dos casos, as pacientes estão aptas a passar por cirurgia que, além de ser eficaz, evita interferências diretas na gestação. A radioterapia não é indicada em nenhuma etapa. O mais recomendado é esperar o nascimento para dar início a esse tratamento”, pondera. Em casos extremos, em que a doença se encontra em estágio avançado, o aborto pode ser a alternativa para salvar a vida da mãe. “Todas as decisões são tomadas em consenso entre especialistas e pacientes, sempre visando amenizar a dor desse momento”.

Antes da gravidez

Enquanto passa por tratamento, é recomendável seja feito uso de método anticoncepcional. “No geral, indicamos a camisinha, pois algumas pílulas, se combinadas com os remédios, podem acelerar o crescimento do tumor”. O médico explica que essa decisão deve ser tomada junto ao especialista.

Manutenção da fertilidade

A gravidez, para algumas mulheres diagnosticadas com câncer, é um desejo, ainda não concretizado. Assim, quem sonha com uma gestação, ao saber que sofre da doença, deve tomar medidas para se resguardar. Isso porque, após vencer a doença, há pacientes que se deparam com um novo problema: a infertilidade. "Tratamentos com quimioterapia e radioterapia, além de destruírem as células tumorais, também podem atingir as germinativas, que produzem óvulos e espermatozoides. Além disso, também interferem nas funções hormonais, responsáveis pela produção de gametas", explica Selmo Geber, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo o médico, a urgência da doença e a necessidade imediata de se dar início aos tratamentos contra o câncer exigem decisões rápidas do oncologista. No entanto, devido à pressa, muitas vezes o fator reprodutivo não é abordado. "Aspectos do tratamento e de efeitos colaterais diretos são amplamente discutidos. Porém, a preservação da fertilidade para o futuro, através de criopreservação, por exemplo, acaba sendo deixada de lado", avalia.

O objetivo com a criopreservação dos óvulos - seja por vitrificação, ou por congelamento -, é conservar o material para que ele possa ser utilizado no futuro, por meio de técnicas de reprodução assistida. "O óvulo é submetido a uma variação de temperatura de 37ºC a -196ºC em menos de um segundo. O material congelado é, então, armazenado em nitrogênio líquido, podendo ser mantido assim por tempo indefinido", explica. Segundo Geber, as taxas de gravidez utilizando óvulos congelados têm sido semelhantes à obtida com exemplares frescos, de 50%.

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