Bumbás de Manaus ficam de fora do 60º festival do AM; ‘Consolação’ será no Live Site

Bumbás de Manaus ficam de fora do 60º festival do AM; ‘Consolação’ será no Live Site

Sem apoio financeiro do poder público, Corre Campo, Garanhão e Brilhante não estarão na disputa da categoria Ouro do festival, que neste ano chegou a 60ª edição13/08/2016 às 10:01 - Atualizado em 13/08/2016 às 11:48

Os grupos folclóricos da categoria Prata encerram, neste fim de semana, o Festival Folclórico no CSU do Parque Dez. (Divulgação/Manauscult)

Alik MenezesManaus (AM)

Os bois bumbás de Manaus Corre Campo, Garanhão e Brilhante ficarão definitivamente de fora da 60ª edição do Festival Folclórico do Amazonas por falta de recursos do Governo do Estado e da Prefeitura de Manaus.

Para o presidente do bumbá Corre Campo, Alvacir Siqueira, é uma falta de respeito com as agremiações e com a sociedade amazonense essa falta de apoio. “Nós estamos indignados com a falta de consideração. Depois de 59 anos participando e recebendo apoio, esse ano ficamos de fora”, lamentou o dirigente.

Os três bumbás integram a chamada categoria Ouro do festival e sempre recebeu apoio da Prefeitura e do Estado. “Sempre foi 50% de recursos da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e os outros 50% da Secretaria de Estado da Cultura (SEC), mas esse ano eles não deram foi nada”, disse o dirigente.

O presidente lembrou ainda que o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, havia se comprometido a repassar R$ 175 mil para cada boi da categoria Ouro, mas no dia 28 de julho voltou atrás. “Ele se comprometeu em várias reuniões, mas de repente disse que não ia mais ter recurso nenhum. Isso é uma total falta de respeito”, disse.

No Live Site

Ao lado, o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula. (Foto: Alexandre Fonseca)

Como forma de “tentar agradar os bois”, a Manauscult convidou os três bois bumbás da categoria Ouro para se apresentar nos dias 17, 18 e 19 deste mês no Live Site, que está sendo realizado na Ponta Negra, Zona Oeste da cidade, e que integra a programação cultural dos Jogos Olímpicos, que teve partidas do torneio de futebol realizadas em Manaus, na Arena da Amazônia.

“Eles vão pagar R$ 35 mil de cachê pela participação no evento. Estão querendo agradar, mas nós não nos conformamos em não participar do festival desse ano. É um absurdo”, disse.

O governador José Melo anunciou no mês de maio deste ano o corte de verbas para eventos culturais do Estado. O corte de patrocínio afetou o Festival de Parintins, que custa de R$ 18 milhões a R$ 22 milhões aos cofres do Estado. José Melo justificou, na época, que o dinheiro do corte da cultura seria investido na saúde.

No total, 30 eventos do interior do Estado e nove grandes eventos da capital deixaram ou deixarão de receber verbas publica esse ano. Na época, o secretário de Cultura, Robério Braga, disse que o corte seria de aproximadamente R$ 35 milhões.

Inadimplentes e sem infraestrutura

A Manauscult disse que sempre apoiou financeiramente os bumbás e este ano não foi diferente, os recursos estavam disponíveis e seriam repassados por meio de convênio.

“No entanto, os bumbás alegaram que não teriam condições de custear a infraestrutura para a realização das disputas, logo, esta ficaria descaracterizada e, em termos legais, não haveria interesse público em repassar recursos para um evento sem as condições necessárias de acontecer. Além disso, dois destes bumbás não tinham condições de receber qualquer tipo de verba, uma vez que estavam inadimplentes junto a outros órgãos públicos”, diz a nota da fundação.